Em sua jornada pela floresta escura de si mesmo, irá deparar-se com muitas pessoas, algumas buscando poder, outras sabedoria, mas todos buscam por algo. É fato que algumas pessoas buscam se completar através das experiências misticas, o que é correto desde que não se esqueça que para isso precisamos nos envolver. Não basta querer fazer rituais, cultuar deuses ou desejar ver a deusa, para servir e compreender ela precisamos de envolvimento com a humanidade, ou seja, com o processo do Destino, que é o nome verdadeiro de todos os deuses.
Domar seu destino é o verdadeiro Graal, conquistá-lo é vencer a morte. Não há destino que não possa ser domado, você pode por vezes não escapar dele, mas você sempre pode superá-lo, seja literalmente, através do tempo, ou através de sua jornada interior para conhecer o seu verdadeiro ‘eu’. O Destino é uma ordália perigosa onde somos desafiados a viver ou morrer. Os humanos dizem que ele é o maior dos deuses, mas sabemos que ele não é maior que nossa Rainha, pois d’Ela flui todas as coisas. Quando a humanidade triunfa, o destino é vencido e novamente uma aventura começa. Os deuses desafiam constantemente a todos nós, e cabe a nós vencermos o destino imposto pelos deuses com a maestria de nossa Arte.
Apesar da magia ser um poder universal, este é um poder para poucos, é algo a ser guardado e dividido somente a aqueles qualificados para reconhecê-la e guarda-lá. Muitos podem tirar proveito dela, podem de fato melhorar suas vidas, mas poucos conhecerão a glória da verdadeira magia, pois há aqueles que praticam magia e aqueles que SÃO magia.
É disso que bruxas são feitas. Bruxas são essas capazes de moldar a si mesmas, capazes de curvar o mundo ao o destino que elas escolhem. Para isso, precisamos compreender como este mundo funciona e a bruxa usa a solitude a seu favor. Aqui, neste bosque, os aspectos mais primitivos da natureza são a chave para acessar o verdadeiro mundo das bruxas, é através da natureza selvagem que recordamos o que somos.
Nossa Rainha tem como simbolo a Roda e a Ela damos epítetos como Dama Fortuna, ou Dama da Roda, relembrando que Ela é a roda e a mão que gira a roda das oportunidades, ela é quem determina o que foi, o que é e o que será. Cabe a bruxa saber utilizar as leis deste mundo a seu favor, observando o céu e a terra, bem como através dos sussurros dos espíritos, ela é capaz de superar os altos e baixos da criação, utilizando o poder da magia a seu favor.
Ó Fortuna,imperatriz do mundo
Ó fortuna, És como a Lua,
Mutável, Sempre aumentas,ou diminuis;
A detestável vida ora oprime
E ora cura para brincar com a mente;
Miséria, Poder, Ela os funde como gelo.
Sorte imensa e vazia,
Tu, roda volúvel
És má, vã é a felicidade
Sempre dissolúvel,
Nebulosa e velada
Também a mim contagias;
Agora por brincadeira
O dorso nu entrego à tua perversidade.
A sorte na saúde
E virtude agora me é contrária.
Dá e tira, mantendo sempre escravizado
Nesta hora sem demora
Tange a corda vibrante;
Porque a sorte abate o forte,
Chorai todos comigo!
Choro as feridas infligidas pela Fortuna
com olhos lacrimejantes,
pois seu tributo de mim
cobra agressivamente;
Na verdade, está escrito
que a cabeça coberta de cabelos
a maior parte das vezes
revela-se, quando a ocasião se apresenta calva.
No trono da Fortuna
eu sentara, elevado,
coroado com as flores
multicoloridas da prosperidade;
apesar de ter florescido
feliz e abençoado,
agora do alto eu caio
privado de glória.
A roda da Fortuna gira;
eu desço, diminuído;
outro é levado ao alto;
lá no topo
senta-se o rei no ápice
que ele tema a ruína!
pois sob o eixo lemos
o nome da Rainha Hécuba.
“O Fortuna”
CARMINA BURANA
Obrigado por dividir sua experiência amigo!
Carmina Burana…perfeita a letra. Lembro que quando vi essa postagem eu fiquei bem satisfeito com as palavras (para aqueles que possuem olhos para ver) e com a letra, que não conhecia até ver a postagem.
Tive uma revelação em um ritual que fiz no último dia dos mortos, num chamado para o Diabo, usando o "pão do corvo". Nessa noite, O Pai das Bruxas revelou parte de sua natureza. E também me foi revelado aquela que é 1, que é 3 e que é 9; e seus nomes era Destino.
Aterrador e maravilhoso ao mesmo tempo. Não ha como descrever em palavras…
Lembrei disso quando li a postagem.
Não comento muito, mas estou sempre lendo as postagens 😉
abs
Muito boa sua postagem parabéns 😀